sexta-feira, 2 de agosto de 2013

2/16

Sexta feira passada fiz a segunda aplicação de quimioterapia com protocolo ABVD, o que completa um ciclo de oito que devo fazer. Até agora, nenhum grande efeito colateral... estou bem mais tranquila por isso. Dizem que cada aplicação é diferente, nosso corpo reage diferente e os efeitos são diferentes. Isso é verdade, mas em nenhuma das duas foi muito difícil: um enjoo chato nos primeiros quatro dias pós aplicação, que nem precisaram de remédio, mas que pioravam quando eu pensava na próxima sessão. Então resolvi não pensar mais. Aí melhorou. Meu sono anda estranho, no começo sentia muito sono, tudo me dava sono, até abraçar alguém me fazia querer dormir. Agora ando com uma insonia ruim, eu durmo depois de um bom tempo me concentrando nisso e depois que eu acordo, nem que seja depois de duas horas, pra voltar a dormir é quase impossível. Mas andei pensando, acho que meu psicológico está ajudando muito... no começo eu não queria nem pensar na ideia de pensar, então eu dormia o máximo que eu conseguia . Agora ando pensando demais e a hora de dormir sempre foi a mais rebelde da parte da minha mente que "produz merda". Hahahaha! Bom, a parte estes, a fadiga constante (leia-se cansaço, não sono) foi explicada: no exame de sangue que deve ser feito antes de cada aplicação para avaliar a quantidade de células no sangue, deu que meu nível de neutrófilos (responsáveis pela defesa do organismo e produzidos pela medula óssea) estava um pouquinho abaixo do normal, que é 1.500 e eu estava com 1.468. Por estar abaixo do normal, a enfermaria precisou da aprovação do médico pra fazer a aplicação e foi aprovada... uffa!
Falando nisso, encontrei os nomes e a utilidade dos remédios usados nessa quimio, correspondes a sigla ABVD e vou compartilhar, tanto em termos bem técnicos e específicos, quanto em linguagem simples e direta:

Adriamicina: também chamada Doxorrubicina, serve como Antibiótico Antitumoral e dificulta a obtenção de partes essenciais para a produção de novas células.

Bleomicina: na verdade são vários agentes que agem de várias formas e mecanismos diferentes para diminuir, estabilizar ou acabar com as células tumorais.

Vimblastina: faz com que as células cancerígenas não consigam se multiplicar.

Dacarbazina: faz com que as células em reprodução, morram. Seus agentes foram os primeiros antineoplásicos descobertos!

Todos os remédios, ABVD, atuam com o mesmo objetivo: destruir células em multiplicação descontrolada, mas em formas diferentes de atingi-las.

No meu caso, estão sendo usadas as Adriamicina, Bleomicina, Vinblastina e Dacarbazina.
Créditos a uma das moças que me ajudaram muito com o blog muito bom dela, muito informativo e calmante: Linfoma de Hodgkin Minha História, a qual me inspirou a ir além das informações que nos são dadas no hospital. Recomendo! Vou ver se eu descubro como mexer nessa joça pra adicionar o link dela aqui. Muito emocionante pra mim, ler cada passo do processo de cura dela e chegar no final em menos de uma hora, pois ela terminou a ultima aplicação no primeiro semestre deste ano, curada de um Linfoma de Hodgkin estadio III. Me deu o tipo de esperança que eu, realista esperançosa, permito me agarrar.
Então, esclarecida a função dos remédios, também esclarecida a queda da quantidade de células do corpo (células úteis, como os neutrófilos, também), eu paro por aqui. =]
Só pra constar... estou me sentindo 100% fisicamente, nenhum sinal de queda anormal do cabelo e nenhum sinal de infecção.
Boa sorte para nós!

(Tabela 3: DANTAS, Ana Cristina Amorin; SANTOS, Maria das Graças S.; RAMOS, Viviane Pereira. Protocolos de Enfermagem - Administração de Quimioterapia Antineoplásica no tratamento de Hemopatias Malignas. Hemório, 2010, 1ª Edição.) Link do livro para os interessados: http://www.hemorio.rj.gov.br/Html/pdf/ccih.pdf.

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