sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Implantação do Port

Boa tarde!
Ontem fiz a cirurgia de implantação do port. Foi bem rápida, tirando que o anestesista se atrasou um pouquinho e eu fiquei deitada na maca no centro cirúrgico esperando e conversando com os outros dois médicos, o procedimento deve ter levado no máximo uma hora.
Foi bem engraçado na verdade, primeiro um enfermeiro super simpático tirou seu tempo para ficar trocando idéia comigo e me acalmar e depois que chegou o anestesista, vi porque ele tinha se atrasado: era uma figura. Um senhor bem doidão, super alto astral, chegou brincando com todos e alegando insanidade. Hahahaha! Não sou dessas que levam tudo a sério, mas se fosse, teria até ficado preocupada.
Mas todos os três médicos no procedimento deixaram tudo o que aconteceria bem claro. Ai quando o anestesista me disse: "Vamos pegar uma veinha tua, então!" e logo em seguida: "Você tem pânico de agulha, é?". "Como vc sabe?" - perguntei. "Seus batimentos cardíacos aumentaram em 10% quando eu disse isso." Hahahaha! A máquina me caguetou. De qualquer forma, o homem tinha uma mão levíssima, nem senti a picada direito e já estava com o cateter no braço.
Acordei depois do que me pareceu cinco minutos com o vascular me dizendo que ja tinha acabado e eu ainda estava na maca. A primeira coisa que eu disse foi se tinha alguma coisa na minha perna. Ai eles riram e me contaram: depois que a sedação é feita, eles aplicam a anestesia local, que é dolorida, arde e as vezes até dói. Nessa, eu tentei fugir, sedada, da maca e tiveram que me segurar e amarrar pernas e braços pra continuar o procedimento com segurança. Bem a minha cara...

Não encontrei a fonte desta foto. Mas ai estão os diferentes tipos e tamanhos.
Bom, quero primeiro deixar bem claro que sou super cagona pra cortes, furos e etc, então relevem pelo menos 30% das minhas sensações ruins. Estou com dois curativos do lado direito, acima do peito e um na base do pescoço. O acima do peito serviu para se colocar a parte do cateter puncionável e na base do pescoço para passar a "mangueirinha" do port por uma artéria. Estou morrendo de aflição e toda tensa, mas dor mesmo só senti ontem depois que os analgésicos pararam de fazer efeito e na hora de deitar para dormir que sustentar minha cabeça com o pescoço doeu também. O cortinho do pescoço está mais dolorido do que o da parte maior do cateter, mas como sou magrela e baixinha, só de ver o "carocinho" do port já me dá arrepio. =/
Agora são dez dias de repouso e depois vida normal, sem restrição alguma.
Ganhei um manual de informações ao paciente com port. Vou postar algumas informações dele aqui depois.
Um beijo e boa sorte para nós!

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

6/16

Feita a sexta aplicação na semana passada. Credo, ainda faltam dez... mas, melhor que onze.
Essa foi ruinzinha também. Senti muito enjôo durante as três horas de drogas, mas já comecei enjoada, só foi piorando. Ai reclamei a uma enfermeira, que foi chamar o médico, que chegou na minha cadeira e perguntou: "Você está enjoada?".  "Sim". "Ok, vou pedir para farmácia fazer um Dramin". "Ok, obrigada."
Aí meia hora depois, chegou o remédio. Eu não tenho problemas com o ato de vomitar, pois eu sei que vou tirar o que está me fazendo mal e vou melhorar. Mas nesse caso o que está me fazendo mal só vai continuar entrando e cada vez mais, então optei por não vomitar, senão sabe lá quando eu ia conseguir parar.
Aliás, esse está sendo o maior problema atualmente: ir contra o instinto de sobrevivência. Sabe quando a gente coloca a mão no fogo, machuca, então a gente se afasta o mais rápido possível? Isso é um bom exemplo do instinto de sobrevivência. Agora, ir deliberadamente à um hospital, 8 horas por mês, injetar litros e litros de remédios que causam dor e náuseas, é um bom exemplo de como ir contra os nossos instintos de sobrevivência. E essa sensação é muito, muito ruim.
Até a quinta aplicação, eu não havia sentido os temidos efeitos colaterais da químio. Talvez porque meu corpo estivesse mais forte e a concentração de remédios no organismo estivesse menor, mas eu acho que foi bastante psicossomático. Uma vez que a aplicação machucou meu braço e muitas veias foram estouradas, eu desanimei muito, cedi a dor e ao tédio. Agora eu estou melhorando, amanhã coloco o porte em um procedimento cirúrgico simples e assim não vou mais ter que sofrer tanto com a dor das agulhas e dos remédios. Desisti de querer vitalidade, estou com a disposição de uma senhora de oitenta anos, a cada dia sinto mais sono. E sabe o que eu faço? Durmo. Pronto, acabou. Só me recuso a deixar de sair com meus amigos, pois é uma das poucas coisas que realmente distrai a minha cabeça.
O lado bom foi que a enfermeira pegou uma veia que constava desaparecida ha algum tempo, uma veia de calibre enorme que foi puncionada de primeira e não deixou a Dacarbazina me causar dor. Além do Dramin ter me apagado por uma hora.
É isso ai, alguma hora dessas venho com algumas dicas... não contei sobre os meus últimos exames de sangue, mas estão ótimos. A enfermeira me disse: "Eu não sei o que você está fazendo, mas pode continuar. O seu hemograma está melhor do que o meu." E eu estou fazendo várias coisas que pretendo dividir com vocês, estava só esperando a confirmação de que funcionam.
Um abraço a todos e boa sorte para nós!

Comparando os PET CT 1 e 2

Olá! Como vão?

Queria fazer uma postagem bem orgulhosa, comparando os meus dois exames feitos até agora (seus laudos): o primeiro para o estadiamento e diagnóstico do linfoma e o segundo após dois ciclos de quimioterapia ABVD para se avaliar os efeitos do tratamento. E como já postei antes, eu não estaria assim orgulhosa se não fosse por todos que me mandaram energias boas durante esses tempos turbulentos e estarei eternamente agradecida, desejando o dobro a todos vocês.
Ai vai:

PET 1: 25/06/2013
"Observei a presença de áreas de concentração anômala do 18F-FDG nas projeções cervical, cérvico torácica, torácica e pélvica e correspondendo a linfonodos e linfonodomegalias nas cadeias ganglionares cervical a esquerda, supra e infra claviculares, mediastinal (paratraqueal à direita, pré-vascular e paraaórtica) e ilíaca interna bilateral com SUV entre 3,0 e 5,5."

PET 2: 06/09/2013
"Não foram identificadas neste exame áreas de concentração anônomala do 18F-FDG nas regiões corporeas estudadas, incluindo-se as cadeias linfonodais previamente acometidas no estudo de 25/06/2013."

Ou seja, antes eu tinha tumores espalhados por literalmente meu corpo inteirinho, menos pernas e braços. Agora não se visualiza nenhunzinho! Lindo, não?
Na semana que vem vou consultar com o meu médico e conforme o que ele disser, reproduzirei aqui. =]
Como disse uma amiga: "As quimios agora vêm até mais leves!"
Um beijo a todos e boa sorte para nós!

PET CT

Olá!
Como disse, vou postar sobre o famoso exame PET CT, para entendermos melhor o que é e porque é feito.
Nada melhor do que uma citação pra isso:

"O aparelho de PET/CT é formado pelo PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons) acoplado a uma CT (Tomografia Computadorizada). Diferente de uma radiografia ou tomografia, cujo objetivo principal é visualizar a estrutura do corpo e assim identificar lesões; o PET é um exame funcional, isso quer dizer, ele tem o objetivo principal de identificar o funcionamento do corpo em nível molecular. A CT acoplada ao PET é utilizada para facilitar a localização dos achados evidenciados pelo PET.

Para que isso seja possível, são necessárias duas coisas:
a) substâncias marcadas que serão processadas pelo corpo e dessa maneira permitem avaliar seu funcionamento;
b) um aparelho que possa visualizar essas substâncias e a sua distribuição pelo corpo.

Isso pode ser feito através da marcação das substâncias com um isótopo radioativo, formando os radiofármacos. Esses radiofármacos são injetados no paciente e, após determinado tempo para distribuição no corpo, um aparelho (PET) consegue detectar a radiação liberada pelo radiofármaco e mostrar de onde vem essa radiação no corpo. Em outras palavras, o aparelho mostra como o radiofármaco se distribui no corpo.

O nome “Tomografia por Emissão de Pósitrons” se deve ao fato dos isótopos radioativos utilizados na marcação das substâncias emitirem partículas chamadas pósitrons. Essas partículas reagem rapidamente com outras presentes no corpo emitindo a radiação que é detectada pelo aparelho."

Fonte: http://www.medicina.ufmg.br/inct/cimol/?page_id=74

Fonte - http://www.cedimagem.com.br/novidades/petct
Ou seja, ele mostra os locais de atividade de proliferação celular intensas no nosso corpo. Essas locais incluem os tumores, já que as células cancerígenas são famosas por se reproduzirem mais rápido do que eu o normal. 
Existem algumas restrições para se fazer o exame, como um jejum de seis horas, apenas liberado a ingestão de água. Mas acho que isso deve ser informado com mais detalhes pelo seu hospital ou clínica, né?
Um beijo!

domingo, 15 de setembro de 2013

5/16

Olá!
Menos uma para o cronograma.
Foi excepcionalmente ruim esta aplicação, além do dia ter sido extremamente estressante - PET de manhã, atraso colossal na consulta antes do almoço e mais atraso pra quimioterapia - minhas veias enfraqueceram, as mais "calibrosas" que eu preferia para as aplicações pois não sentia tanta dor com a dacarbazina (depois de serem estouradas diversas vezes) desapareceram e então uma veia fina que foi usada para a aplicação inflamou e causou muita dor no braço inteirinho até mais de uma semana depois.
Na consulta, o médico me proibiu de ir viajar e visitar minha casa onde moro no interior de Santa Catarina por conta de possíveis intercorrências. Pela primeira vez eu chorei no consultório, o que deixou o médico confuso, já que nem no dia do diagnóstico de Linfoma de Hodgkin eu fiquei triste. Não que eu seja de ferro, mas no fundo já sabia que seria um diagnostico do tipo e depois de muita pesquisa, eu já estava conformada e sabia das altas chances de cura. Minha mãe pode confirmar: ela me contou do resultado da punção quando eu já estava de volta em São Paulo para a primeira consulta e eu só respondi - eu já sabia, mas tem cura.
Então, todo esse conjunto de fatores contribuíram para um recuperação mais chata da quinta sessão, pela primeira vez tomei um dramin, tive salivação excessiva por uns quatro dias seguidos, o que me dava enjoo e além de muita dor no braço. Aliás, é uma dor que não saberia definir, do ombro ás pontas dos dedos, nada muscular, parecia mais nos tendões, mas também não era bem isso. Como uma pressão tão forte que causa dor, mas em nenhum órgão que eu possa definir. De qualquer forma, melhorou depois de muitos analgésicos e tempo....
Por essas e por outras, decidi colocar o cateter permanente ou porte, um acesso interno que é colocado abaixo da clavícula e serve para facilitar as aplicações, já que é composto por uma superfície de silicone que é facilmente localizada e puncionada com uma agulha especial. Como ele é colocado dentro de uma artéria grande, a dor da dacarbazina não é tão intensa e nenhuma veia é desperdiçada. Além de evitar o sofrimento de ser furada diversas vezes só para começar a aplicação, depois de ser furada para fazer exame de sangue e PET.

Mas que venham as boas notícias, o resultado do meu primeiro PET de controle fooooi... ausência de atividade anormal de células!!! Sim, limpinho limpinho da Silva! Nenhum sinal visível dos tumores, que diga-se de passagem, eram vários. Então o tratamento continua, mas com maiores chances de cura. Terei mais informações depois da consulta, daqui a vinte dias.

Logo, eu queria agradecer profundamente à todos aqueles que me mandaram boas energias, bons pensamentos, palavras de apoio e carinho, pois tenho certeza que não teria tido um resultado tão satisfatório sem estes. Muito obrigada! Que lhes volte em dobro!
Volto com uma postagem mais específica sobre o exame chamado PET CT e sobre o Port-au-Cath (o porte ou acesso).
Um beijo e boa sorte para nós!







terça-feira, 3 de setembro de 2013

Bendito fígado

De mais de um médico, ouvi que o maior perigo dessa quimioterapia protocolo ABDV é comprometer o fígado, os rins e o estômago. Para o estômago, temos o uso contínuo do omeprazol para ajudar. Para os rins, a ingestão de muito líquido, de 2 a 3 litros de água por dia. E para o fígado?
Uma velha amiga da família (não amiga velha) é médica e está sempre nos atualizando aqui em casa. Perguntei a ela o que eu poderia fazer para amenizar os danos que esses veneninhos causam ás partes saudáveis do meu organismo e ela foi se informar com um amigo dela, médico, especialista em medicina Ayurvédica (medicina indiana, muito antiga e sábia).
Foi aconselhado a ingestão diária de gengibre cru e chia. O gengibre ajuda a proteger o fígado, "pai dos rins", segundo o especialista e pra quem precisa de mais um argumento, ele possuí substâncias que aceleram o metabolismo e ajudam a emagrecer.

Foto: Fabio Castelo / Reprodução da revista SAÚDE!
Já a semente de chia, que pode ser encontrada na forma de farinha, além de proteger e limpar o fígado e ser uma rica fonte de ômega 3, é anti inflamatória.

Fonte: http://blogdamimis.com.br/2013/02/06/a-chia-e-seus-beneficios/

Eu ando procurando fitoterápicos que sejam poderosos anti inflamatórios e anti bióticos, já que teoricamente o meu sistema imunológico não esta lá essas coisas. Mas antes de começar a consumir, sempre perguntem ao médico se ele é aconselhável durante o tratamento, não caiam nessa de que os fitoterápicos são inocentes. Afinal, existem plantas que em diversas situações se tornam tóxicas tóxicas e quase todos os remédios usados na medicina tradicional são sintetizados a partir das plantas (fito = planta).
É isso ai, essa dica vale para todos.
Beijos e boa sorte para nós!