quarta-feira, 25 de setembro de 2013

6/16

Feita a sexta aplicação na semana passada. Credo, ainda faltam dez... mas, melhor que onze.
Essa foi ruinzinha também. Senti muito enjôo durante as três horas de drogas, mas já comecei enjoada, só foi piorando. Ai reclamei a uma enfermeira, que foi chamar o médico, que chegou na minha cadeira e perguntou: "Você está enjoada?".  "Sim". "Ok, vou pedir para farmácia fazer um Dramin". "Ok, obrigada."
Aí meia hora depois, chegou o remédio. Eu não tenho problemas com o ato de vomitar, pois eu sei que vou tirar o que está me fazendo mal e vou melhorar. Mas nesse caso o que está me fazendo mal só vai continuar entrando e cada vez mais, então optei por não vomitar, senão sabe lá quando eu ia conseguir parar.
Aliás, esse está sendo o maior problema atualmente: ir contra o instinto de sobrevivência. Sabe quando a gente coloca a mão no fogo, machuca, então a gente se afasta o mais rápido possível? Isso é um bom exemplo do instinto de sobrevivência. Agora, ir deliberadamente à um hospital, 8 horas por mês, injetar litros e litros de remédios que causam dor e náuseas, é um bom exemplo de como ir contra os nossos instintos de sobrevivência. E essa sensação é muito, muito ruim.
Até a quinta aplicação, eu não havia sentido os temidos efeitos colaterais da químio. Talvez porque meu corpo estivesse mais forte e a concentração de remédios no organismo estivesse menor, mas eu acho que foi bastante psicossomático. Uma vez que a aplicação machucou meu braço e muitas veias foram estouradas, eu desanimei muito, cedi a dor e ao tédio. Agora eu estou melhorando, amanhã coloco o porte em um procedimento cirúrgico simples e assim não vou mais ter que sofrer tanto com a dor das agulhas e dos remédios. Desisti de querer vitalidade, estou com a disposição de uma senhora de oitenta anos, a cada dia sinto mais sono. E sabe o que eu faço? Durmo. Pronto, acabou. Só me recuso a deixar de sair com meus amigos, pois é uma das poucas coisas que realmente distrai a minha cabeça.
O lado bom foi que a enfermeira pegou uma veia que constava desaparecida ha algum tempo, uma veia de calibre enorme que foi puncionada de primeira e não deixou a Dacarbazina me causar dor. Além do Dramin ter me apagado por uma hora.
É isso ai, alguma hora dessas venho com algumas dicas... não contei sobre os meus últimos exames de sangue, mas estão ótimos. A enfermeira me disse: "Eu não sei o que você está fazendo, mas pode continuar. O seu hemograma está melhor do que o meu." E eu estou fazendo várias coisas que pretendo dividir com vocês, estava só esperando a confirmação de que funcionam.
Um abraço a todos e boa sorte para nós!

2 comentários:

  1. Laura, querida, esse abatimento é normal, e se seu organismo tem sono, então dorme, dormir combate o câncer.

    Um beijo grande.

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    1. Pois é, Gigi. Mas eu sempre fui uma pessoa super ativa, me faz muita falta viver plenamente!

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