Os clichês são clichês porque são verdades além do tempo: Aprenda a se amar para ser amada! |
Resolvi fazer uma postagem homenagem ao efeito colateral mais assustador para todas as meninas que vão iniciar um tratamento quimioterápico: a alopécia ou queda de cabelo.
O cabelo cresce naturalmente com o tempo, ao contrário do amor próprio, que é a vitória de uma batalha de todo o dia! |
É impossível consolar alguém que recebe a notícia de que seu próprio corpo estava se auto sabotando em segredo. Por isso eu não tenho nenhuma pretensão com essa postagem; encarem como um desabafo ou um depoimento de quem driblou o medo número um de uma menina moderna.
A cura também depende de como superamos os nossos problemas, né? |
Perguntei a vários amigos, ex-namorados (não que tenham vários, tá? HAHAHA!) e companheiros de longa data, duas perguntas objetivas: Eu seria tão bonita quanto sou hoje, se ficasse careca? E se eu ficasse careca, como você se sentiria andando comigo na rua?
A beleza está aí para quem sabe apreciar. |
Sobre a primeira pergunta, 99,9% disseram que eu seria tão bonita quanto sou hoje, mas sem uma parte forte da minha identidade que são os cachinhos sempre bagunçados. Alguns falaram sobre a minha personalidade, que é o que conta em uma relação de verdade. Outros falaram sobre a sociedade cruel em que vivemos hoje, machista e cheia de estereótipos, onde a mulher teria que seguir padrões restritos a cabelos longos e esvoaçantes para ser considerada bonita, sexy e atraente. Alguns ainda foram além e mostraram essa sociedade também racista, onde poucas brasileiras conseguiriam seguir esse padrão, já que o "cabelo pixaim" não é esvoaçante, mas é maioria no território.
Apenas um disse que eu não seria tão bonita quanto sou hoje, mas deixou claro que é questão de gosto.
Sério, que gatas. Hahahaha! |
Os cabelos são a moldura do nosso rosto, mas também são um esconderijo daquilo que não conhecemos. Hãam? Como assim? Pois é, foi uma viagem que eu tive. Assim como a nossa pele, é nosso cartão de visitas, uma primeira impressão que os outros têm da gente. Ele estando assim ou assado, funciona como um limite de como me sinto, quem pode, quem não pode, onde vou, pra que vou, etc.
Lembre-se: pior sempre dá para ficar. |
Então além de eu ter decidido vendê-los, pois cabelo de verdade é bem caro no mercado de perucas, eu encarei essa experiência como libertadora!
Os seus problemas não são menores porque existem outros maiores, mas não deixe que fiquem maiores do que você aguenta. |
Sobre a segunda pergunta, todos pareceram meio ofendidos. E eu confesso que também ficaria. 100% respondeu que seria normal, compreenderia os olhares alheios e levaria na boa. Alguns disseram que ficariam orgulhosos de mostrar para os outros que apesar dos preconceitos, homem de verdade gosta de mulher e eu sou mulher. HAHAHA! Adorei essa resposta. E apenas um, um grande amigo de infância, me disse assim: Lau, se eu fosse você, eu teria vergonha de andar comigo na rua há algum tempo atrás. Hahahah! Éramos jovens rebeldes...
Estamos sozinhos, mas os problemas são os mesmos para todos. Um pouco de compaixão deixa tudo mais leve. |
Queridas meninas... se o protocolo que vocês farão ou alguém que vocês conhecem é o ABVD, saibam que as chances do cabelo cair todo é de 20%. A maioria só perde um pouco ou uma parte (uniformemente). Se o medo é o que os outros vão pensar de vocês: se ainda são bonitas, se ainda chamam a atenção dos homens, se outras mulheres vão tirar com a cara de vocês... passem a dar mais valor a opinião de quem merece, dos seus amigos e da sua família. Se a opinião deles for diferente da opinião dos meus amigos, você tem que rever suas companhias. Hehe!
Pratique a arte de se amar. Se você conseguir isso, será fácil amar a qualquer um! |
Não é fácil, ninguém deveria passar por isso: ter que conviver com sensações ruins todos os dias e aparecer para os outros de um jeito que você não gostaria. Mas é uma oportunidade que poucos tem, de se encarar no cru e na pior e se amar e ser amada mesmo assim.
É... não está fácil para ninguém. =P |
As fotos foram feitas pela Quel, uma amiga linda de infância, artista e ótima fotógrafa! A maquiagem foi feita pela Mari, artista nata, maquiadora, companheira de aventuras e essencial para eu passar por este processo sã e Didja, amiga de infância, guerreira, que faz até pedra de tpm rir até chorar. As modelos todas amigas de escola: Quel, Mari, Didja e eu, provando que existem mulheres mais bonitas do que eu: TODAS NÓS!
Achei as meninas das outras fotos bem mais bonitas, né? |
Um beijo e boa sorte para nós!