quinta-feira, 18 de julho de 2013

Como você ficou sabendo?

Minha primeira postagem tem que começar pelo começo, redundante assim. Isso porque é uma das primeiras perguntas que me fazem quando ficam sabendo do meu diagnóstico: Linfoma de Hodgkin Clássico, ou seja, é um tipo de câncer no sistema linfático. Foi confirmado depois de um punção em um gânglio que insistiu em crescer no meu pescoço, por mais ou menos um ano, no mês passado.
A primeira suspeita do médico foi a minha tireoide, já que o histórico da minha família conspirava a favor e eu não tenho nenhum dos sintomas clássicos de linfoma, como febre persistente, sudorese noturna, perda de peso e falta de ar. Então o médico pediu um ultrassom e uma punção (biópsia, onde eles coletam o material do linfonodo com uma agulha e depois analisam em laboratório). Depois que fiquei sabendo do resultado, fui a um oncologista e este me pediu mais duzentos mil exames... diga se de passagem, que foi a parte mais chata desse processo todo: Biopsia total do gânglio (em cirurgia, eles retiram um gânglio afetado pra uma biopsia mais detalhada); Tomografia com contraste (você passa em uma máquina estilo futurista, enquanto uma substância é inserida no seu corpo por meio de um cateter); PET scan ou cintilografia (quase a mesma coisa do exame anterior, mas a maquina e a substancia mudam: ressonância magnética com flúor radioativo, que destaca células em atividade de divisão descontrolada) do corpo inteiro; exames de sangue dos mais variados; biopsia da medula óssea, esse é o mais chato... como a punção, uma agulha recolhe material da sua medula, ou seja atravessando o osso, com anestesia local. A sensação depois desse exame é a de ter caído de costas em uma quina de granito. Hehe! Essa biopsia serve para saber se as células alteradas estão na sua medula também, uma vez que a medula é responsável pelo nascimento das nossas células do tecido sanguíneo (Sim, o sangue também é um tecido!).
Resultado de tudo isso: Linfoma de Hodgkin clássico, grau 3 (seria 4, o máximo, se minha medula estivesse comprometida) de baixo risco (pois sou saudável e nova).
Então, esse texto grande tem um motivo nobre: quando me disseram que eu estava com linfoma, minha primeira reação foi procurar na internet... não faça isso, senão você se enterra antes da hora. Aí eu encontrei alguns blogs de pessoas que contaram como foi passar pela mesma coisa que eu estou passando. E foi ótimo, respondeu várias duvidas e ajudou em várias questões, tipo ansiedade absurda de saber exatamente o que está acontecendo e querer prever o futuro. Por isso estou fazendo o mesmo, bem detalhado, pra ver se eu também ajudo alguém. =]
Resumindo: Linfoma de Hodgkin tem mais de 90% de cura (cura, quando se fala de câncer, significa nunca mais voltar a aparecer no organismo), costuma dar em jovens de 15 a 30 anos de idade, mais em homens e vem crescendo o numero de diagnósticos. Esse, especificamente... pois existem os Linfomas não-Hodgkin. E... considerando 100% os disgnósticos de neoplasia, este é raro, mais ou menos 1% dos casos. Ai minha tia me perguntou:
"E você ganha o que com isso?"
- A cura! =]

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